domingo, 11 de janeiro de 2009

"Alguns minutos de..."


Olá para todos os visitantes. Hoje é o primeiro post de 2009 e tenho como surpresa um post que pedi para fazerem, para mudar um pouco. começar com ares novos esse ano novo. Sem muitas interpretações além do que está escrito, por plena concordância, espero que gostem e já agradeço a visita de todos e espero depois que possam comentá-lo para que possamos ter uma nova troca de informações, ok? Obrigado pela visita e bom desfrute do texto. Mah.luco


"Vocês não ouvem os assustadores gritos ao nosso redor que habitualmente chamamos de silêncio?" [abertura do filme O Enigma de Kaspar Hauser]

Outro dia recebi um email que dizia que não existe frio, apenas "ausência de calor"; que não existe escuridão, apenas "ausência de luz"; e mais, que não existe mal, apenas "falta o bem"...então, o silêncio?! Será que existe?!

Com tempo podemos perceber que o silêncio não é só o famigerado "shiiiuuu" que a professora faz...que talvez ele seja mais necessário e complexo do que isso.

No ritmo frenético em que vivemos, um simples fechar de janelas pode trazer o silêncio que procuramos. Um fone de ouvido também, outra barreira contra a alucinação do mundo exterior.
Mas, enfim, o que é o silêncio?! É claro que eu não estou apta a responder essa pergunta e
agradar a todos...espero pelo menos ajudar.

Considero o silêncio como um "mal necessário". Sim, exatamente isso. Nada melhor do que chegar em casa, cansado, e poder sentar no sofá, relaxar, esfriar a cabeça, tomar um banho. Depois, refletir sobre o dia que passou, pensar no próximo. Ler um livro, uma revista, numa atmosfera de calmaria perfeita pra que haja a total absorção da leitura. Mas, somos frenéticos.Se sozinhos em casa, logo que se chega, quer-se espantar o silêncio. Televisão, rádio, músicas, notícias, desgraças. Quebramos o que poderia vir a ser revigorante com uma avalanche irrefreável. Isso porque muitas vezes confundimos o silêncio com solidão, com o estar sozinho não por nossa vontade.

Uns dos clichês que mais se ouve quando o assunto é esse, é: "pode-se estar sozinho, mesmo rodeado de gente". Sim, pode-se. Do mesmo jeito que pode-se estar em silêncio em uma confusão. Cheguei à conclusão que não é o externo que está ou deixa de estar em silêncio. Pra mim, o silêncio é interno. O que te acalma, é o que traz pra você o silêncio necessário.

O silêncio de uma música, capaz de desligar do vai-e-vem de carros e de gente em plena Avenida Paulista; o abraço forte de alguém de quem se tem saudades às seis da tarde na Estação Sé; uma oração em meio à multidão...o que é capaz de te deixar absorto, mesmo que por alguns segundos, é silêncio. Voluntário e possível.

"O senhor sabe o que é o silêncio? É a gente mesmo, demais." [Guimaraes Rosa]

O silêncio que vem da solidão também é necessário. Um tempo para nós mesmos, pra recordar, planejar, lamentar, corrigir...enfim, para que ouçemos nossa própria voz e nossas vontades. Falta-nos tempo pra considerar o que realmente importa e, no silêncio, podemos achar o que nos falta.

Pode parecer um pouco "dark" defender a importância do silêncio, mas antes de qualquer coisa, experimente! Nem que seja ficar quieto para pensar em alguém, nem que seja fechar o livro enquanto se está no onibus...silencie. Viva.

Bom, como vocês já viram, hoje o doutor abriu espaço pra uma paciente assídua e que é muitoo ajudada por ele...quem sabe ele não resolve analisar esse post e dar a vocês a versão que a psicologia dá ao silêncio?!